quarta-feira, 24 de abril de 2019

Jovens, espaço urbano e sociedades em movimento: um olhar sócio-antropológico sobre os movimentos urbanos em Cabo Verde

Projeto enquadrado no grupo de trabalho organizado pelo Kuletivu Nhanha Bongolon e financiado pelo programa MRI CODESRIA 2018/2019.

Resumo: Os protestos públicos pós-2008 marcaram uma nova era de contestação a nível mundial, uma vez que criaram movimentos que ocuparam espaços não consolidados das estruturas e organizações sociais contemporâneas, por um lado, e propuseram novas formas de organização política, por outro. Cabo Verde não ficou indiferente a este processo e inaugurou novas formas de protestos, criando possibilidades para uma participação cívica mais ativa e (re)surgimentos nos maiores centros urbanos do país de movimentos urbanos protagonizados sobretudo por jovens. Em termos contextuais, esta proposta de pesquisa surge num momento em que as principais cidades cabo-verdianas passam por processos de transformação urbana resultante de dinâmicas de revitalização dos centros históricos e das zonas balneares que, embora enquadrada numa agenda pública orientada pela ideia de “cidade para todos”, ela tem sido contestada por alguns movimentos urbanos que acusam as instituições públicas e seus parceiros internacionais de estarem a executar uma política neoliberal e neocolonial de segregação urbana de alguns espaços e grupos sociais. Assim, é intuito deste projeto responder a seguinte questão: o rap cabo-verdiano enquanto expressão urbana de contestação social e política é apenas uma agitação juvenil ou contém em si um movimento capaz de articular lutas em nome de objetivos gerais contra as novas formas de dominação?